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Economia Criativa - Que bicho é esse?


Postada em 07/03/2018 às 10:44


 Ao citar novos meios de desenvolvimento que ultrapassem a visão exclusiva do crescimento econômico, o termo Economia Criativa entra em campo. O mesmo busca estabelecer uma conexão entre a tecnologia, a inovação, cultura, criatividade e sustentabilidade. É um conjunto de negócios baseados no capital intelectual e cultural e na criatividade que gera valor e econômico.

 

 

Como surgiu?

 

 

 

 Como o próprio nome diz é a junção de economia com criatividade, trazendo consigo como base a capital intelectual, que é repleto de valores simbólicos.
 Por um lado temos a Economia, ciência que regula a produção, distribuição e o consumo de bens e serviços. Por outro lado, temos a criatividade, que nada mais é do que criar algo novo ou transformar algo que já existe.
 Segundo pesquisador britânico e especialista na área, John Howkins, assegura que é justamente a relação que se dá entre economia , a criatividade e o campo simbólico que constitui a Economia Criativa.
 Antes do surgimento do termo Economia Criativa , já tinham uma noção de indústrias criativas, criado em meados de 1990 na Austrália muitas vezes esses conceitos são usados como sinônimos, mesmo que não sejam. Nesta época sucedeu a publicação do relatório chamado Creative Nation: Commonwealth Cultural Policy, que trouxe a importância para se levar em consideração as potências econômicas da mais variadas vertentes culturais.
 Outro acontecimento importante foi a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, que ocorreu em 2012 no Brasil também trouxe essa reflexão sobre a Economia Criativa por meio da cultura, a posicionando como o quarto pilar do desenvolvimento sustentável. Porém, este é um processo gradual de reconhecimento da cultura e da criatividade, que depende de cada nação em firmar ou não este comprometimento.

 

 

 

Quais são os setores da economia Criativa?

 

 A Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD) gerou um modelo que categoriza as indústrias criativas em quatro eixos, sendo elas: patrimônio, artes, mídia e criações funcionais, sendo que juntas se desmembram em nove setores.

 

 

 Desta maneira, todos os empregos e ocupações que se associam a esses setores são considerados negócios criativos.

 É válido destacar que muitas das áreas criativas não se submetem às leis tradicionais do mercado, por conta deste motivo a Economia Criativa se estabelece como uma forma de inserir muitos dos profissionais desses setores numa Economia Sustentável.

 Segundo um mapeamento feito pela FIRJAN (Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro), podemos distinguir em três categorias a Economia Criativa e Indústria Criativa, sendo elas:

 

1 – Industria Criativa em si: é aquele cujo as ideias formam subdivisões das atividades fundamentais desenvolvidas por um profissional ou empresa;

2 -  Atividades Relacionadas: são determinadas funções que fornecem algum tipo serviço ou material para uma predeterminada indústria criativa;

3 – Apoio: auxilia a indústria criativa de maneira indireta.

 

 Seguindo as argumentações, uma grande amostra seria: uma empresa que desenvolve conteúdo e distribuição na área do audiovisual (1- Indústria Criativa), precisa comprar aparelhos de gravação e transmissão de som e imagem (2- Atividades Relacionadas), e fazer a manutenção desse aparelhos (3- Apoio).

 Lembrando que, não é uma obrigação que uma específica indústria ou empresa se volte exclusivamente à Economia Criativa. Acompanhe o seguinte modelo, um designer pode executar tarefas em uma indústria automobilística e esta indústria  pode não fazer parte como um todo da Economia Criativa, mas emprega profissionais que se adequam nessas áreas criativas. Sendo assim, pode haver uma junção entre a Economia “convencional” com a Economia Criativa.

 O Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) é uma entidade privada que promove a competitividade e o desenvolvimento sustentável dos empreendimentos de micro e pequeno porte. Se encontra em todos os estados e, mesmo que seu estado não tenha projeto específico, há ações voltadas para o atendimento de empresários da Economia Criativa. O próprio Sebrae detém de parcerias no segmento de Economia Criativa.

 

 As áreas de prioridade para o sistema Sebrae são:

- Arquitetura

- Artes Visuais

- Cinema

- Televisão

- Publicidade e outras Mídias

- Design

- Games

- Editoração

- Música

- Moda

- Comunicação

 

 O Sebrae procura apoiar os negócios criativos da seguinte forma:

- Formar e fortalecer redes de empreendimentos criativos;

- Atender demandas de mercado;

- Inovar em processos;

- Valorizar a identidade local;

- Disseminar novos modelos de negócios;

- Atrair investimentos em novos segmentos de mercado, gerando novas oportunidades de negócios;

- Incentivar negócios (dentro dos segmentos) e gerar inovações e diferenciais competitivos nas cadeias produtivas (por meio da transversalidade);

- Promover a educação para as competências criativas por meio da qualificação de profissionais capacitados para a criação e gestão de empreendimentos criativos;

- Gerar conhecimento e disseminar informação sobre economia criativa;

- Identificar vocações e oportunidades de desenvolvimento local regional;

- Apoiar a alavancagem da exportação de produtos criativos;

- Apoiar a maior circulação e distribuição de bens e serviços criativos.

 

 

Startups em alta

 

 Uma representação disso é que está cada vez mais popular a associação ou parcerias entre grandes companhias e startups, seja através de aquisição, investimentos ou corporate ventures, as aceleradoras criadas pelas empresas para fomentar negócios iniciantes, muito deles no setor criativo. Até por quê, o empreendedorismo se amplia rapidamente, com destaque em gastronomia, moda e tecnologia.

 Não foi acidentalmente que o Palácio Campos Elíseos, prédio histórico no centro de São Paulo e ex-sede do governo do Estado, abriga o Centro Nacional de Referência em Empreendedorismo, Tecnologia e Economia Criativa, um projeto sob gestão do Sebrae.

 Esse é um grande feito entre tantos outros que direcionam relevância para o setor que vem conquistando na economia contemporânea. Se faz necessário olhar par o mercado com a mesma importância que se olha para outros segmentos consolidados há mais tempo. Já que os negócios criativos conectam os itens do mercado e geram um ciclo de desenvolvimento e inovação poderoso, com efeitos favoráveis para toda a economia.

 

Como funciona a Economia Criativa no Brasil?

 

 A Economia Criativa é bastante propagada  em países como Inglaterra, França e Estados Unidos. No Brasil, um procedimento importante, ocorreu por conta do Decreto n° 7.743 do ano de 2012, que criou a Secretaria da Economia Criativa, associada ao Ministério da Cultura (a mesma foi anulada e atualmente os assuntos referentes sobre a Economia Criativa foram realocados para a Secretaria de Educação e Formação Artística e Cultural). Nesse mesmo ano formou-se o Observatório de Economia Criativa (OBEC) um local de pesquisas e difusão de dados sobre a economia criativa brasileira.

 Devido a todo esse debate, no ano de 2011 foi formulado o Plano da Secretaria de Economia Criativa, uma maneira de organizar as ações que serão estabelecidas na área e utiliza como fundamento os mesmos setores criativos designados pela UNCTAD, como ilustrado na figura passada. A meta do plano é implementar políticas públicas transversais, de forma flexível com outros ministérios , como o Ministério de Ciência e Tecnologia, Ministério das Comunicações, Ministério das Cidades, Ministério do Trabalho, dentre outros. Por englobar diversa áreas, ainda há discordâncias sobre qual seria o ministério mais adequado para estar à frente da Economia Criativa, sabendo que o mesmo não se refere apenas à área artística e cultural.

 Comparando aos empregos em economia criativa, segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT), os bens e serviços culturais participam aproximadamente 7% do PIB mundial, e há esperanças de crescimento anual entre 10% e 20%.

 A empregabilidade em ocupações criativas formais e informais, tanto no nosso país como no mundo vem crescendo. No Brasil, a maior quantia se concentra em centros urbanos da região Sudeste como São Paulo e Rio de Janeiro, mas há uma certa elevação no envolvimento de cidades como Belo Horizonte, Curitiba e Brasília, que já geraram um lucro de R$155,6 bilhões. Mas ainda assim, a cooperação da economia criativa no Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil, ainda é considerada baixa (em torno de 2,5%), se comparada com países onde a economia criativa já é significativa.

 Vendo por uma outra perspectiva, o orçamento dedicado às indústrias criativas, mesmo depois da formulação do Plano SEC, ainda não é o bastante para fomentar todas as atividades criativas de formas bem ordenadas entre os setores e regiões brasileiras. Assim, não basta estabelecer regras e atividades no âmbito das políticas públicas se a fase de implementação não é alcançada, circunstância que depende das seleções e precedências políticas e da situação econômica, mas também da contribuição e acompanhamento da sociedade.

 

 

Síntese

 

 Economia Criativa nada mais é do que uma forma de gerar um produto ou serviço, sempre com seu valor representativo incluso, fornecido como um recurso para o progresso econômico e social.

 

 Conferiu a matéria e viu que é possível? Então mão na massa, coragem e sucesso na sua jornada.

 

 

Referências: www.politize.com.br

www.sebrae.com.br 

www.istoedinheiro.com.br